28.8.06
15.8.06
Durante o concerto de Morrissey
O Morrissey está a tocar em Paredes de Coura. Está em Portugal. Eu estou em casa, na Madeira, a ouvir o concerto através da emissão on-line da Antena 3.
Parece que estou mesmo a ouvir-me
"MOZ MAKE ME A BABY", que é a frase que grito nos concertos de rock quando sei que ninguém está a ouvir-me (e que só não gritei ao Hooke dos New Order porque
1- não quero ter um filho com ele;
2- estava na primeira fila, ou quase, e ele ainda ouvia e levava-me a sério.)
Está calor. Em Paredes de Coura chove, também chove na "Life is a Pig Sty" do Ringleader of the Tormentors, e ouvem-se trovões enquanto ele se lamenta.
(Tal como eu me lamento. Tal como, tantas vezes, chove dentro de mim.)
É isso, o lamento quase fado do Morrissey que me abraça e me consola.
Ouvir Smiths e, por conseguinte, Morrissey é cada vez mais viajar no tempo, porque isto de ouvir música, e gostar de o fazer, obriga a estar atento ao novo
E este homem não vai propriamente para novo, já o sabemos.
o que empurra as coisas demasiado ouvidas para o fim da prateleira dos discos.
Comecei a ouvir Smiths e Morrissey tarde. Estupidamente tarde.
Lembro-me de chegar a casa de uma amigo e estar a dar Smiths a decibéis pouco recomendáveis e de ter gostado desde então.
Valeram-me os álbuns em promoção na fnhéque
- lembro-me de uma tarde no primeiro ano em que comprei, assim de seguida, três álbuns dos Smiths:
::The Queen is Dead
::The Smiths
::Strangeways, here we come -
e valeu-me este ouvido e este coração, que quase imediatamente elevaram os Smiths a banda preferida de sempre.
(Claro que agora sei que isso é uma hipérbole, mas não deixa de saber bem dizê-lo.)
Tendo esta voz que mais ninguém tem, Morrissey esgrima por entre letras muitíssimo bem conseguidas,
não, não é o maior poeta de sempre mas escreveu dos versos mais bonitos que já tive o prazer de ouvir e ler
onde deliberadamente nos mostra a realidade em tons de sarcasmo e ternura, em que raramente queremos acreditar,
I know it's over still I cling, I don't know where else I can go
e um som que desliza entre o bate-o-pé-e-dança-e-canta-comigo e o senta-te-no-puff-e-pensa-na-vida.
E foi assim que fui enfrentando e convivendo com e a cada instante e aprendendo a amar e a seduzir, a afastar-se e sofrer, a criticar o mundo com um dedo espetado, a sair à noite e a apanhar bebedeiras só de imperial; como se gostar de Smiths tivesse ensinado a viver - e ensinou.
Por isso hoje, oiço este concerto com o coração pequenino a bater depressa, porque sou outra Joana desde o dia em que os ouvi pela primeira vez,
já fui até várias Joanas desde então
mas o Morrissey nunca deixou de ser um dos meus melhores amigos.
Parece que estou mesmo a ouvir-me
"MOZ MAKE ME A BABY", que é a frase que grito nos concertos de rock quando sei que ninguém está a ouvir-me (e que só não gritei ao Hooke dos New Order porque
1- não quero ter um filho com ele;
2- estava na primeira fila, ou quase, e ele ainda ouvia e levava-me a sério.)
Está calor. Em Paredes de Coura chove, também chove na "Life is a Pig Sty" do Ringleader of the Tormentors, e ouvem-se trovões enquanto ele se lamenta.
(Tal como eu me lamento. Tal como, tantas vezes, chove dentro de mim.)
É isso, o lamento quase fado do Morrissey que me abraça e me consola.
Ouvir Smiths e, por conseguinte, Morrissey é cada vez mais viajar no tempo, porque isto de ouvir música, e gostar de o fazer, obriga a estar atento ao novo
E este homem não vai propriamente para novo, já o sabemos.
o que empurra as coisas demasiado ouvidas para o fim da prateleira dos discos.
Comecei a ouvir Smiths e Morrissey tarde. Estupidamente tarde.
Lembro-me de chegar a casa de uma amigo e estar a dar Smiths a decibéis pouco recomendáveis e de ter gostado desde então.
Valeram-me os álbuns em promoção na fnhéque
- lembro-me de uma tarde no primeiro ano em que comprei, assim de seguida, três álbuns dos Smiths:
::The Queen is Dead
::The Smiths
::Strangeways, here we come -
e valeu-me este ouvido e este coração, que quase imediatamente elevaram os Smiths a banda preferida de sempre.
(Claro que agora sei que isso é uma hipérbole, mas não deixa de saber bem dizê-lo.)
Tendo esta voz que mais ninguém tem, Morrissey esgrima por entre letras muitíssimo bem conseguidas,
não, não é o maior poeta de sempre mas escreveu dos versos mais bonitos que já tive o prazer de ouvir e ler
onde deliberadamente nos mostra a realidade em tons de sarcasmo e ternura, em que raramente queremos acreditar,
I know it's over still I cling, I don't know where else I can go
e um som que desliza entre o bate-o-pé-e-dança-e-canta-comigo e o senta-te-no-puff-e-pensa-na-vida.
E foi assim que fui enfrentando e convivendo com e a cada instante e aprendendo a amar e a seduzir, a afastar-se e sofrer, a criticar o mundo com um dedo espetado, a sair à noite e a apanhar bebedeiras só de imperial; como se gostar de Smiths tivesse ensinado a viver - e ensinou.
Por isso hoje, oiço este concerto com o coração pequenino a bater depressa, porque sou outra Joana desde o dia em que os ouvi pela primeira vez,
já fui até várias Joanas desde então
mas o Morrissey nunca deixou de ser um dos meus melhores amigos.
3.8.06
Só mais um (e este vale MUITO a pena)
Fiona Apple "Paper Bag"
I was staring at the sky
Just looking for a star
To pray on, or wish on
Or something like that
I was having a sweet fix
Of a daydream of a boy
Whose reality I knew
Was a hopeless to be had
But then the dove of hope began its downward slope
And I believed for a moment that my chances were
Approaching to be grabbed
But as it came down near, so did a weary tear
I thought it was a bird, but it was just a paper bag
Hunger hurts, and I want him so bad, oh it kills
'Cause I know I'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold 'cause these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works, when it costs too much to love
And I went crazy again today, looking for a strand to climb
Looking for a little hope
Baby said he couldn't stay, wouldn't put his lips to mine,
And a fail to kiss is a fail to cope
I said, "Honey, I don't feel so good, don't feel justified
Come on put a little love here in my void"
He said, "It's all in your head"
And I said, "So's everything'" but he didn't get it
I thought he was a man but he was just a little boy
Hunger hurts, and I want him so bad, oh it kills
'Cause I know I'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold écause these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works, when it costs too much to love
2.8.06
Prazeres
Carte d'Or Mania for Coffee directamente da embalagem com uma colher de sopa enquanto os olhos fechados deixam o corpo balançar ao som de Simentera.
1.8.06
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