A chuva varre as janelas do teu apartamento.
A minha bagagem repousa ao abrigo do vento
E eu nem preciso de olhar para ti
Para saber o que esperas de mim.
Tu queres-me fazer cumprir
Coisas que eu não prometi.
Tu também sentes na pele o sopro da mudança,
Mas ficas sentada na sala à espera da esperança.
Aprendemos juntos a enfrentar o frio,
Embarcámos juntos no mesmo avião
E agora tu queres parar...Dormir na margem do rio.
Mas, basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente
Para me apetecer saltar,
Ir nadar ao lado dele,
Derretendo com o olhar
Todos os muros de gelo
E não consigo descansar
Enquanto não alcanço uma nova nascente.
Dizes que não suportas ver-te sózinha ao relento
Mas tudo o que fazes é soltar o teu longo lamento
E eu vou para o meio da multidão,
Não levo a virtude nem a salvação,
Mas levo o meu calor
E uma guitarra na mão
E basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente
Para me apetecer saltar,
Ir nadar ao lado dele,
Derretendo com o olhar
Todos os muros de gelo
E não consigo descansar
Enquanto não alcanço uma nova nascente.
E quando te voltar a apetecer seguir em frente,
Se me quiseres acompanhar,
Canta uma canção de amor,
Pinta os olhos cor de mar...
Põe no teu peito uma flor,
Traz um amigo qualquer
E vamos juntos abraçar o sol nascente.
Jorge Palma
17.12.05
8.12.05
Tempo vs Fado vs Fatalismo vs Livre Arbítrio
Tal como um vício do qual não se dissocia há muito tempo, também as imagens do que o que poderia ser não a abandonam, conduzindo-a entre as suas actividades diárias.
Às vezes vislumbra traços de felicidade.
Outras questiona-se.
A maior parte das vezes reconhece que, enquanto a vida não lhe estiver a escorrer entre os dedos, enquanto tiver a certeza que está a fazer tudo para viver, sem exigências, sem compromissos, sem mais, como disse Diderot, se o nosso destino está escrito lá em cima, então cá em baixo podemos decidir o que fazemos dele, somos juízes do curso das estrelas. Está saturada de discursos pessimistas fatalistas, de mãos a abanar "não havia mais nada que pudesse fazer" e um sorriso conformado, acompanhante obrigatório dos que desistem.
Aquela frase "O tempo é o nosso maior amigo", uma merda. Uma completa ilusão com a única finalidade de nos fazer perder cada vez mais tempo útil. O nosso maior inimigo, isso sim, e à medida que ele vai passando é que nos apercebemos disso. Não se deixem enganar. Existam. Sejam.
(A propósito, alguém quer ir ver O Fatalista de João Botelho?)
Às vezes vislumbra traços de felicidade.
Outras questiona-se.
A maior parte das vezes reconhece que, enquanto a vida não lhe estiver a escorrer entre os dedos, enquanto tiver a certeza que está a fazer tudo para viver, sem exigências, sem compromissos, sem mais, como disse Diderot, se o nosso destino está escrito lá em cima, então cá em baixo podemos decidir o que fazemos dele, somos juízes do curso das estrelas. Está saturada de discursos pessimistas fatalistas, de mãos a abanar "não havia mais nada que pudesse fazer" e um sorriso conformado, acompanhante obrigatório dos que desistem.
Aquela frase "O tempo é o nosso maior amigo", uma merda. Uma completa ilusão com a única finalidade de nos fazer perder cada vez mais tempo útil. O nosso maior inimigo, isso sim, e à medida que ele vai passando é que nos apercebemos disso. Não se deixem enganar. Existam. Sejam.
(A propósito, alguém quer ir ver O Fatalista de João Botelho?)
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