30.11.06

"Devias ouvir stephen malkmus, em vez de gostares da vida"*

"go back to those gold soundz
and keep my advent to your self
because it's nothing i don't like
is it a crisis or a boring change?
when it's central, so essential,
it has a nice ring when you laugh
at the low life opinions
and they're coming to the chorus now...
i keep your address to myself
'cause we need secrets
we need secrets (crets crets crets crets crets) back right now

(...)

so drunk in the august sun
and you're the kind of girl i like
because you're empty
and i'm empty
and you can never quarantine the past
did you remember in december
that i won''t eat you when i'm gone
and if i go there, i won't stay there
because i'm sitting here too long
i've been sitting here too long
and i've been wasted
advocating that word for the last word
last words come up all you've got to waste"

*conselho com direitos de autor

29.11.06

A verdadeira cicatriz da infância é esta

[volta ao infantário]

"OLHA OS NAMORADOS, PRIMOS E CASAAAADOS!!!!!"

*corre atrás do tolinho que está a dizer isso, de seu nome joão maria*

*ele corre mais depressa*

"eu não sou namorada dele!" grita, ofendida.

*correm ainda mais depressa*

"és, és que estavam a dar beijinhos!"

"não estávamos nada! és mentiroso! vai-te crescer o nariz!"

*mais depressa*

"Tu é que és porque vocês são namorados que eu vi e eu vou dizer à Eugénia [a educadora]!"

*muuuuito mais depressa*

"Vou-te apanhar!"

*tropeça em mini-degrau*

Faz ferida gigante no cotovelo com cicatriz que se mantém aos 22 anos.

[/volta ao infantário]

26.11.06

Árvores de Natal, galochas e croissants de chocolate (e mais, muito mais)

Irritam-me casaizinhos aos beijos sob as luzinhas da Rua Augusta. Iritam-me alfacinhas em romaria para ver a árvore do Millenium (sim, deixem-se de merdas, é a árvore de um banco, não a que decoraram com os vossos filhos ou assim).

Chateia-me de morte que o preço das castanhas asssadas aumente todos os anos. Poucas coisas me dão tanto prazer do que comer uma dúzia de castanhas sentada num banquinho. Estou-me bem nas tintas para quem me ache deprimente. Eu também me acho deprimente e não é por aí que fico triste. (Eu sou deprimente mas não sou triste.)

Outra coisa óptima para se fazer quando o frio aperta é comer um croissant com chocolate na Bénard. São tão bons! Fico toda lambuzada em chocolate, nos dedos, na boca, no queixo. algum nas bochechas, mas é tão bom! Nunca me lembro de lá ir quando estamos no Verão, mas mal o frio aperta ou começa a chuva, é poiso certo.

É engraçado sentar-se na esplanada da Bénard - ou da Brasileira, se bem que nesta não se comem croissants - e ver/observar/estudar a fauna e flora que por lá anda. Gosto da Baixa por muitas razões e esta é certamente uma delas: hippies, rastas, punks, betos, tiazonas, indies, mitras, malta-do-ghetto, ciganos, alunos-de-belas-artes (sim, é um grupo social), fashioneers, gays, por lá se encontra de tudo um pouco e sempre em salutar convivência. É interessante - e interessante é uma palavra que quer, na sua essência, dizer muito pouco.

É extremamente vaga a palavra interessante. É uma boa palavra de recurso, poder-se-ia dizer "acho interessante" seguido de um "mas não me interessa muito" que ninguém se surpreenderia. É raro qualquer coisa que seja verdadeiramente interessante nos fazer dizer "É interessante". Geralmente acabamos por mostrar mais entusiasmo, alguns gritos de satisfação, "espectacular" entoado com muitos pontos de exclamação. Agora ninguém diz "é interessante"!
Por exemplo, quando vi Animal Collective ao vivo há um ano e picos - excelente concerto, já agora - não usei nunca a palavra interessante para descrevê-los, apesar de efectivamente achar interessante a forma como distorcem a pop. Lembro-me de ter usado "genial", "brilhante", "sublime", mas nunca interessante!

Os Animal Collective já voltavam cá para mais um concerto. Ainda há dias pensei nisto e pensei também "fixe era virem cá os Death Cab for Cutie". Não era inusitado? Eu ia vê-los de certeza. Lembro-me que antes achava-os um guilty pleasure. Já me apercebi que there's no such thing. Ontem dancei Nelly Furtado, Kelis, Justin Timberlake, como se nada fosse. Pérolas indie era o que pareciam.

Desmistifique-se a pop - quando é bem-feita - tal como se desmistifica a pouco e pouco a moda de outros anos, revivendo-a - ou revisitando-a. A propósito, a pressão social sugere-me que compre umas galochas. Parece que são a grande tendência de calçado no Bairro Alto. Eu gosto, por mais que me lembrem botas de pisar uvas nas vindimas (porque de facto são botas de pisar uvas). Se calhar não vou comprar galochas nenhumas. Mas preciso de umas botas pretas. E de umas skinny jeans.

Gosto daqules casacos Adidas de há 30 anos atrás. São tão estilosos. E de calças Carhartt. Streetwear no seu melhor, sem nunca ficar desactualizada. Investimento, diria eu, para convencer a minha mãe.

Por falar em Adidas surgiu a hipótese de voltar a jogar andebol. Treinar três vezes por semana e ter um jogo por fim de semana, tudo no Liceu Camões. É uma hipótese que estou a considerar com carinho. Tenho muitas saudades de jogar. Julgo que os primeiros treinos correriam pessimamente mas depois o jeito voltaria - não que alguma vez tenha tido muito jeito. Não, não tive. Já não jogo há 5 anos.

Se calhar é do que preciso, mesmo. Rematar dos nove metros quatro vezes por semana para voltar a ser menos picuinhas. Organizar jogadas quatro vezes por semanas para deixar de andar a organizar a minha vida de cinco em cinco minutos. Gastar cerca de sete horas por semana com o andebol - serão menos sete horas a pensar na vida.

É, se calhar é disso que preciso. Acho que vou fazer um treino à experiência.

25.11.06

[A beleza nem sempre é relativa]

Quando se vêem mulheres assim, em que os astros, o magma e as marés se juntaram para criar a perfeição:




Conseguimos abstrair-nos por segundos do senhor com hemorragia digestiva alta a quem temos de fazer um diagnóstico provisório para a faculdade para ficar de Havaiana no pé a passear por Búzios, como ela, há quarenta anos.

Disseram -me há dias que eu era parecida com ela. Só se for pelo espaço entre os dentes.

No Shopping Day

E eu preciso de pão e cêgripe.

E agora?

Get that ass tight

Tenho para mim que o que me falta é a minha ida ao ginásio.

19.11.06

Manias (muito pensei e de uma vasta selecção escolhi estas)

"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."

1. Não consigo adormecer se a minha almofada estiver quente.

Isto é mesmo verdade. Seja Inverno ou Verão, só consigo adormecer se a minha almofada estiver geladinha. Tenho sérios problemas em hotéis com fronhas de algodão manhoso porque não arrefecem como deve ser.

2. Não consigo ver um papel sem o dobrar até ficar mais pequeno que um selo, ter uma caneta e não escrevinhar em algum lado, uma tesoura e não fazer trabalho de recorte.

Ou seja, não consigo estar quieta. Quando estou numa mesa de café com amigos, o mais natural é que o cinzeiro esteja cheio de papelinhos, a mesa cheia de papelinhos, haja guardanapos com assinaturas, bonecada, mais assinaturas. Se houver caricas, também faço pequenas esculturas. Aceito encomendas pelos contactos do costume. :D

3. Escolho fios de cabelo com texturas esquisitas e passo os dedos por eles até alguém me mandar parar.

A mania mais estranha e também a mais irritante para as outras pessoas, sem dúvida. E para mim também. Mas é um vício do caramba. Começou quando deixei de roer as unhas e fiquei a precisar de ter alguma coisa para ocupar as mãos quando as manias enunciadas em 2 não fossem possíveis. Esta minha mania é levada ao extremo em horas de estudo e a conduzir. Irritante p'ra cacete, a sério.

4. Conto o número de doses de vegetais e frutas que ingiro por dia.

A OMS recomenda que sejam no mínimo 5 para reduzir o risco cardiovascular. E eu cumpro. Às vezes também conto o número de doses de hidratos de carbono ou lacticínios. Não tenho tendência a achar-me gorda porque a minha constituição física é mesmo muito próxima da magreza, mas tenho a mania da alimentação saudável. Detesto pratos sem vestígios de vegetais. Adoro sopa. Como fruta depois da refeição. Bebo chá a rodos.

5. Quando conheço as músicas que passam na rádio enquanto estou a conduzir, apresento-as como se fosse locutora de rádio.

Sonho desde miúda com ter um programa meu numa estação. Um espaço onde mostrasse as canções que gosto. O que eu faço habitualmente é qualquer coisa como "São 14 horas e dz minutos, o meu nome é joana batista e vou estar convosco até às 16 aqui na Oxigénio. A música que vai passar a seguir é I'm thankful, da Spanky Wilson com a Quantic Soul Orchestra. Vamos poder ver esta pandilha deliciosa no Arena Lounge do Casino Lisboa em breve. I'm thankful, na Oxigénio. Boa tarde."

Decidi não incluir a mania dos discos e dos concertos e de andar à cata de música ou a mania de escrever no Desumanos, porque essas são óbvias para quem lê o meu blogue.

Conclusão: sou doida, pois.

E agora, vítimas *esfregas as mãos com malícia*:

Raras vezes
Horas negras
Balão d'Ar
Inominável
Cuspo com bolor

Há dois anos atrás, era este o espírito

"Pois não tem! Acabei de entrar na terceira década... Tenho 20 anos. Queria ter vindo escrever sobre isto mais cedo (no dia de anos teria sido giro), mas honestamente não há nada a dizer. Como há para aí dez anos toda a gente pergunta "Então, como é ter x anos?", sendo x a idade que celebro nesse ano, há muito que me habituei a dizer "Bom, é igual a ter x-1 anos", sendo x-1, claro, a idade que teria feito no ano anterior.
Ora, isso faz-me pensar. Se ter a idade que tenho é sempre igual a ter a anterior e há dez anos que isto é assim, será que eu ainda não mudei???

Sinto-me grande. Cheia de vontade de viver. De morar alguns meses na Europa- pelo menos a candidatura para Erasmus começa a ser uma realidade. De ser uma óptima médica, cheia de conhecimentos e de cuidado com o doente. De sair, beber e dançar ao som da música do Incógnito durante a noite inteira. De conversar com a Vitória. De ler mais e melhor. De escrever mais e melhor. De saber dizer não ao que não quero. De ir à procura daquilo que acho que mereço. De ouvir música até que os ouvidos me doam. De conhecer mais países, mais teatro, mais museus, mais músicas. De não desperdiçar pessoas, acordes, gargalhadas, raios de Sol, estados de espírito. De não desperdiçar nada. De reciclar: companhias, papéis, sentimentos, ocupações, vidros, hábitos. De reciclar tudo. De ler poesia. De não ter a prepotência que sei tudo sobre tudo. De aprender a ouvir opiniões totalmente diferentes, um pouco diferentes, mais ou menos idênticas ou totalmente iguais à minha. De não julgar as pessoas à primeira. De encontrar satisfação. De viver insatisfeita.
Cristina"

In Crime Passional

18.11.06

Aniversário

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos.

Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...

A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos.

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

Álvaro de Campos

22 anos, hoje. Ainda estou no tempo em que festejam os meus anos. :)

17.11.06

O concerto do Chico continua a fazer mossa



Palavra de Mulher (com a letra já aqui em baixo), Chico no Coliseu dos Recreios, Lisboa 2006

12.11.06

Prometo-te que volto, não sei se o desejas mas volto (canções em forma de lágrimas nº 2)

Palavra de Mulher

Vou voltar
Haja o que houver, eu vou voltar
Já te deixei jurando nunca mais olhar para trás
Palavra de mulher, eu vou voltar
Posso até
Sair de bar em bar, falar besteira
E me enganar
Com qualquer um deitar
A noite inteira
Eu vou te amar

Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor eu, vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar

Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar

Chico Buarque

Lágrimas em forma de canções

Futuros Amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

Chico Buarque

7.11.06

E naquele dia tu foste João, e eu Maria

Outros Sonhos

Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
Sonhei que ela corava
Quando me via
Sonhei que ao meio-dia
Havia intenso luar
E o povo se embevecia
Se empetecava João
Se impiriquitava Maria
Doentes do coração
Dançavam na enfermaria
E a beleza não fenecia

Belo e sereno era o som
Qual lá no morro se ouvia
Eu sei que o sonho era bom
Porque ela sorria
Até quando chovia
Guris mertes no chão
Falavam de astronomia
E a polícia já não batia
E me jurava o diabo
Que Deus existia
De mão em mão o ladrão
Relógios distribuía
De noite raiava o sol
Que todo mundo aplaudia
Maconha só se comprava
Na tabacaria
Drogas na drogaria
Um passarinho espanhol
Cantava esta melodia
E com sotaque esta letra
De sua autoria
Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
E por sonhor o impossível, ai
Sonhei que tu me querias

Soñé que el fuego heló
Soñé que la nieve ardia
Y por soñar lo impossible, ay, ay
Soñe que tu me querias.

Chico Buarque @ Coliseu dos Recreios, 06.11.06

6.11.06

Recuperação

[Tenho alguns textos guardados, coisas que escrevi e eram demasiado francas, falsas, falaciosas - ai como eu gosto de aliterações-, pretensiosas, ou simplesmente mal-escritas para publicá-las aqui. Hoje reli este texto, de Julho deste ano, e decidi que era publicável. Cá vai.]

Queria explicar-te

olhos nos olhos

o que se passa comigo, queria dizer-te

as minhas mãos nas tuas

que sinto, que dentro de mim pulsa, enquanto cresce, uma vontade enorme de te abraçar e de te levar para longe.

Mas não sei definir bem onde começa e onde acaba, se é que o faz, nem sei se é bom ou mau, se é que tem de ser alguma coisa. E sou incapaz de impôr o meu ritmo, de estabelecer as tuas prioridades baseando-me nas minhas, que tipo de egoísmo seria esse?

Reconhecer as tuas necessidades e compreendê-las parece-me às vezes tão difícil, mas quando tento olhar para dentro de ti,

tenho uma só certeza

que simplesmente não estás disponível,

tens pó e teias por limpar no teu sótão emocional

e apetece-me estar por perto para garantir-te que estou ao teu lado e é uma faca de dois gumes, sabes? porque ao mesmo tempo quero garantir a mim mesma que ainda não preciso de ti

quando tenho a certeza que preciso.

5.11.06

[ II ]

"I want to be
The one to make you feel okay right now
Some way, some how
So when I fall short
I sink so low that I even blame the clouds
For blocking out the sun
And the shadows on the wall
That’s why you feel alone"

"Last Sunday I went to see a jam session downtown"

'Whatever' he nodded with a sigh, his eyes surprisingly turning grey. He exhaled the smoke of the cigarrette, looking down, collecting the ashes.
'I don't want to make you sad' she said while her hand aproached his cheek. Each noise in the room stopped. The bassist stopped playing that sad song and no more Martinis were shaken. Everybody in the room quietly stared at the bottom of their glasses.

Everything STOPS.

Everything but their hearts, beating like never before.