1.11.05

A insensibilidade dos Homens

Porque reside na insensibilidade dos Homens a insegurança dos angustiados, porque quando olhava o Tejo no comboio, evitando chorar, descobri que podia ilibar-me da culpa de te desejar, porque é o passado de um povo que o sentencia e o passado do meu cruzou-se com reis e rainhas e amores de perdição.

Com a insensibilidade dos Homens revelou-se-me a destreza do Engano, ele próprio um engano de si mesmo por poder ser a verdade camuflada em mais enganos e lapsos voluntários. Eu própria, cansada de ti, pensava eu, em engano, afinal os meus vazios estão preenchidos pela plenitude que me trazes.

Desde a insensibilidade dos Homens que cada passo que dou parece pesar o decorrer dos anos, a dor dos vivos, a ausência dos mortos.

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