Dress up in you
"I always loved you
You always had a lot of style
I'd hate to see you on the pile
Of ‘nearly-made-it' s.
You've got the essence, dear
If I could have a second skin
I'd probably dress up in you."
Belle and Sebastian
19.1.06
18.1.06
De battre mon coeur est s'arrêté
Queria saber se um dia os cinco dedos da minha mão esquerda, num passeio onde quiseres, se entrelaçarão com os cinco dedos da tua mão direita num nó cego irreversível. Escrevo de madrugada porque sei que esta resposta não a traz nem o vento nem a lua nem a aurora, escrevo agora porque tenho esperança de te encontrar nos meus sonhos.
Parce q'un jour tu m'as dit que tu n'aime pas personne et aprés ça j'ai devenue pensative et triste.
Gosto de ti com receios porque a vida foi calcando calçadas e pátios de dor e uma vez li numa crítica musical que é o amor que traz ao mundo as angústias e os medos mas também as reflexões e as progressões, era um filósofo esse crítico musical, e eu pensei em ti quando li isso porque também li um dia que le peur de n'être pas correspondu pendant l'amour peut léser l' authenticité de cette sentiment. E eu volto a contar o número de vezes que o meu coração bateu desde que chegaste (incontáveis) e de vezes que me disseste não (que ainda nem enchem os dedos de uma mão) e quando eu não te conhecia e era um feijão de gente dizia que muitas vezes era só quando os dedinhos do corpo já não chegavam, por isso, como uso apenas o polegar, o indicador e o médio, depreendo que nos falta tanto para decidirmos o que fazer com este olhar que procura o olhar do outro. E hoje os teus olhos estavam extraordinariamente claros, pude ver o mar, o céu e um bocadinho do universo, nonobstant tout qu'on a passé j'ai envie de t'enlacer et de lire ton âme.
O francês é a língua mais romântica de todas, é cantada mas não chorada, é suspirada mas não soprada e eu encho-me de coragem para escrever coisas bonitas em francês para tas dizer ao ouvido, mas a professora teima que ainda não nos ensinou o passé composé nem o futur e por isso só podemos usar o présent de l'indicatif nas nossas redacções, mas eu teimo com ela e escrevo as nossas linhas tangentes no francês que posso e tento ser romântica e usar palavras profundas, mas tu olhas-me nos olhos e só me apetece dizer-te, como no filme,
de battre mon coeur est s'arrêté.
E estragar tudo e acrescentar pour toi.
Parce q'un jour tu m'as dit que tu n'aime pas personne et aprés ça j'ai devenue pensative et triste.
Gosto de ti com receios porque a vida foi calcando calçadas e pátios de dor e uma vez li numa crítica musical que é o amor que traz ao mundo as angústias e os medos mas também as reflexões e as progressões, era um filósofo esse crítico musical, e eu pensei em ti quando li isso porque também li um dia que le peur de n'être pas correspondu pendant l'amour peut léser l' authenticité de cette sentiment. E eu volto a contar o número de vezes que o meu coração bateu desde que chegaste (incontáveis) e de vezes que me disseste não (que ainda nem enchem os dedos de uma mão) e quando eu não te conhecia e era um feijão de gente dizia que muitas vezes era só quando os dedinhos do corpo já não chegavam, por isso, como uso apenas o polegar, o indicador e o médio, depreendo que nos falta tanto para decidirmos o que fazer com este olhar que procura o olhar do outro. E hoje os teus olhos estavam extraordinariamente claros, pude ver o mar, o céu e um bocadinho do universo, nonobstant tout qu'on a passé j'ai envie de t'enlacer et de lire ton âme.
O francês é a língua mais romântica de todas, é cantada mas não chorada, é suspirada mas não soprada e eu encho-me de coragem para escrever coisas bonitas em francês para tas dizer ao ouvido, mas a professora teima que ainda não nos ensinou o passé composé nem o futur e por isso só podemos usar o présent de l'indicatif nas nossas redacções, mas eu teimo com ela e escrevo as nossas linhas tangentes no francês que posso e tento ser romântica e usar palavras profundas, mas tu olhas-me nos olhos e só me apetece dizer-te, como no filme,
de battre mon coeur est s'arrêté.
E estragar tudo e acrescentar pour toi.
16.1.06
Sapatos vermelhos
Ao fim da tarde corria pelo prédio o aroma da chegada dos vizinhos a casa, ouviam-se chaves nas fechaduras, bater das portas, panelas e tachos na lufa-lufa do jantar, a água dos banhos das crianças corria pelos canos e de repente todo o prédio ganhava vida, os passos humanos para cá e para lá aquecendo cada andar.
Era aí que ela tirava os sapatos vermelhos, de baile,e os calçava, punha a tocar o seu bolero preferido de maneira a que todo o prédio parasse para ouvi-la e rodopiava, só, pela sala, pequenos passos para diante, outros em redor de si mesma, passos para trás e para ao lado em movimentos delicados.
Quando a música acabava, ela, exausta, tirava o disco da grafonola e guardava-o na estante; quanto aos sapatos, esses, desde que os comprara que os sentia apertados, por isso escorregavam para o armário aos últimos acordes, os pés doridos deslizavam lentamente pelo soalho até à cama onde se enroscava até ao dia seguinte.
Era aí que ela tirava os sapatos vermelhos, de baile,e os calçava, punha a tocar o seu bolero preferido de maneira a que todo o prédio parasse para ouvi-la e rodopiava, só, pela sala, pequenos passos para diante, outros em redor de si mesma, passos para trás e para ao lado em movimentos delicados.
Quando a música acabava, ela, exausta, tirava o disco da grafonola e guardava-o na estante; quanto aos sapatos, esses, desde que os comprara que os sentia apertados, por isso escorregavam para o armário aos últimos acordes, os pés doridos deslizavam lentamente pelo soalho até à cama onde se enroscava até ao dia seguinte.
"Quero é viver"
Enquanto a vontade de viver não vinha, entretinha-se a alinhar sobre a cómoda junto à cama:
- Valium e uma garrafa de vodka;
- uma corda de três metros;
- uma 0,5 carregada;
- umas sapatilhas para subir ao telhado.
Esperava pacientemente que uma razão de viver a encontrasse ali quando a única coisa que ela sempre procurara fôra uma razão para morrer.
- Valium e uma garrafa de vodka;
- uma corda de três metros;
- uma 0,5 carregada;
- umas sapatilhas para subir ao telhado.
Esperava pacientemente que uma razão de viver a encontrasse ali quando a única coisa que ela sempre procurara fôra uma razão para morrer.
12.1.06
Pequenina
Se algum dia descobrirmos que nada disto foi mais que uma passagem do tempo e que isto que vivemos foi tão ou mais irreal do que o que sentimos, espero por ti na ponte sobre o rio para as despedidas. Sei que direi coisas sem sentido, que vou provavelmente chorar e achar que não.
Tudo isto vai ter valido a pena se nesse dia me deres um abraço apertado, daqueles que duram horas que são segundos, e me prometeres que nunca hás-de desaparecer da minha vida.
Daqui à água é um salto grande e a água está fria, gelada. E as trutas vão desovar à nascente mas talvez aqui já nem haja trutas porque o rio está imundo e imunda está também a minha alma enquanto te vê partir, estás de costas para mim e eu fico cada vez mais pequenina
mais pequenina
mais pequenina
mais pequenina
até me tornar um pequeno ponto mais pequeno que o grão de areia que me ofereceste quando fomos à praia ver o mar.
Tudo isto vai ter valido a pena se nesse dia me deres um abraço apertado, daqueles que duram horas que são segundos, e me prometeres que nunca hás-de desaparecer da minha vida.
Daqui à água é um salto grande e a água está fria, gelada. E as trutas vão desovar à nascente mas talvez aqui já nem haja trutas porque o rio está imundo e imunda está também a minha alma enquanto te vê partir, estás de costas para mim e eu fico cada vez mais pequenina
mais pequenina
mais pequenina
mais pequenina
até me tornar um pequeno ponto mais pequeno que o grão de areia que me ofereceste quando fomos à praia ver o mar.
Inquietação
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está p'ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
P'ra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está p'ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda.
José Mário Branco
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está p'ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
P'ra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está p'ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda.
José Mário Branco
10.1.06
*inserir aquele smiley vermelhinho com corações*
Fazes-me pensar em nuvens e em pássaros e em coisas esquisitas. E de repente, pois, agora mesmo, não tem coisa de cinco minutos, comecei a falar como tu, ou pelo menos como imagino que falas.
Desde que te conheci (conheço?) não ando, levito a milímetros do chão. E não tiro da cara este sorriso estúpido, mesmo quando disse ao arrumador de carros "Irra que é chato como a putaça", coisa que aliás eu nunca antes tinha dito na minha vida, eu também tinha este sorriso, que teima em ficar aqui e vai ficando. E a culpa é dele se eu for pensando em ti e sorrindo cada vez mais.
Mas tu levas-me para lugares bonitos com as tuas palavras e as coisas que me dizes sem palavras e sem gestos ou olhares, só com smileys e sinais de pontuação.
É, o pior que pode acontecer é isto mesmo. E isto já é tão bom.
Desde que te conheci (conheço?) não ando, levito a milímetros do chão. E não tiro da cara este sorriso estúpido, mesmo quando disse ao arrumador de carros "Irra que é chato como a putaça", coisa que aliás eu nunca antes tinha dito na minha vida, eu também tinha este sorriso, que teima em ficar aqui e vai ficando. E a culpa é dele se eu for pensando em ti e sorrindo cada vez mais.
Mas tu levas-me para lugares bonitos com as tuas palavras e as coisas que me dizes sem palavras e sem gestos ou olhares, só com smileys e sinais de pontuação.
É, o pior que pode acontecer é isto mesmo. E isto já é tão bom.
5.1.06
Accionar modo medo
Identidade II
Porque a Cristina é (ainda) mais problemática e complicadinha (faz lembrar aquela música dos GNR, qualquer coisa tipo "Mas com uns pós modernos nada realizados sentimo-nos complicados") e como eu honestamente estou farta deste meu alter-ego intelectualóide e constantemente deprimido, decidi mudar o meu nome para um bem mais próximo ao meu, uma vez que no dia 31 de Dezembro de 2005 nasceu uma nova pessoa.
Alguns amigos chamam-me Jonie, outros Bats (diminutivos dos meus nomes), qualquer um deles não fui eu que inventei. Mas identifico-me bastante.
Não sei se será bom para o blog mas a verdade é que a maioria das chatices de que a Cristina se queixava tende a desaparecer (a maior parte, levou-a o ano velho para, felizmente, bem longe).
A Jonie Bats é bem mais disposta, apesar de achar que há muita coisa no mundo que pode (e deve) de mudar. No mundo e nela própria.
Benvinda, Jonie Bats!
Alguns amigos chamam-me Jonie, outros Bats (diminutivos dos meus nomes), qualquer um deles não fui eu que inventei. Mas identifico-me bastante.
Não sei se será bom para o blog mas a verdade é que a maioria das chatices de que a Cristina se queixava tende a desaparecer (a maior parte, levou-a o ano velho para, felizmente, bem longe).
A Jonie Bats é bem mais disposta, apesar de achar que há muita coisa no mundo que pode (e deve) de mudar. No mundo e nela própria.
Benvinda, Jonie Bats!
2.1.06
Ano novo, vida nova
Porque 2005 foi um ano muito enjeitadinho em termos de felicidade, deixei-me de new year's resolutions por agora e vou-me dedicar a encontrar defeitos no ano que passou... Ao melhor estilo "passas das 12 badaladas":
- De repente fiquei mais só
- porque namorava há 4 anos mas já não deu mais.
- A verdade é que não me consigo afastar
- porque afinal preciso sempre de ter alguém
- e as one night stands em que me tenho envolvido
- não dão calor nem carinho
- quando me apetece apenas beber um chocolate quente
- e enroscar-me num sofá a ver um filme.
- Distanciei-me de uma grande amiga
- porque ela achou que eu queria enroscar-me no namorado dela.
- Roubaram-me o que tinha de valor no Sudoeste apesar de até ter sido divertido.
- Estou mais vazia.
Foram boas razões para me despedir com alegria do velho ano, como dizia a minha professora primária e dizer
OLÁ 2006!!! aos gritos de forma extravagante pelas ruas do Funchal.
Feliz ano novo para todos os que se lembram de passar por aqui.
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