28.6.06

Tem dias em que me apetece

Agarrar neste blog e cortá-lo aos bocadinhos porque às vezes fico muito farta dele.

(Desta vez safou-se.)

Breathtaking

José Gonzalez - Heartbeats

one night to be confused
one night to speed up truth
we had a promise made
four hands and then away

both under influense
we had devine scent
to know what to say
mind is a razorblade

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no

one night of magic rush
the start a simple touch
one night to push and scream
and then releaf

ten days of perfect tunes
the colors red and blue
we had a promise made
we were in love

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough

and you, you knew the hands of the devil
and you, kept us awake with wolf teeths
sharing different heartbeats
in one night

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no

to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no

(a sério, queridos leitores, o que seria de vocês sem as letras que ponho aqui?)

A frase que lembrava cada vez que batia o seu coração

Os seres humanos são sótãos emocionais.

Mais uma daquelas que não me sai da cabeça

Matthew Herbert - Something Isn't Right

i don't buy the thing you said
you hit the nail and not the head
tried to chain me to the floor
took the handle from the door

won't you look me in the eye
start by admitting now
something isn't right
something isn't right
look me in the eye
tell me something isn't right in here
no that something isn't right
not right

i won't pander to it all
join an army not a school
fit the handle to the door
something isn't right
look me in the eye
tell me something isn't right in here
no that something isn't right

cover up, when expose you ought to
wise up to the things they taught ya
cover up: its an allied slaughter
pucker up: it's a friendly torture

i won't follow you in to the night
i won't use your torch for a light
chop down trees just to set them alight
i won't follow your scent in the night

there must be something wrong
i don't feel love
there must be something wrong in here
i don't feel love do ya?
there must be something wrong
i don't fell love
because i ain't felt like this
i don't feel love
felt like this before
do ya

there must be something wrong
i don't feel love
something isn't right
there must be something wroing
something isn't right
i don't feel love
because i ain't felt like this
i don't feel love
felt like this before

ddddddo you think?
what d.d.d.do you think?

do you remember?

something isn't right
there must be something wrong
because i ain't felt like this
felt like this before
do ya

there must be something wrong
ddddddo you think?
what d.d.d.do you think?

do you remember?

do you deny all the goodness in everything?
can you describe all the wonder in me?
and if the details are too much to comprehend
an email's there on your laptop to see

i'm all over this world
im all over this
i'm all over this world
i'll over this
come on to me
try and take me down
i'm all over this, i'm all over this

(aqui fica a letra da praxe, mesmo sabendo que ninguém a lê- ficam a saber que eu sou adepta do homemade karaoke)

É impressão minha...

Ou Lisboa está-se mesmo a tornar uma praia onde a Cesária canta "É doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar" e o corpo deixa-se levar pela ondulação, os pés pisam a areia fina sem deixar pegadas e a brisa que corre refresca sem arrepiar?

Curta-metragem

Saíu do autocarro duas paragens antes de sua casa, apetecia-lhe andar um bocado a pé, pensar na vida talvez (como se ultimamente conseguisse fazer outra coisa).

Decidida a apagar a imagem do estranho que conhecera uns dias antes, pensando "isto é uma grande estupidez", e de cada vez que o pensava os seus passos ganhavam mais velocidade como se de facto essa fosse a decisão mais acertada. Perante o trânsito e o seu andar ritmado, quase que acompanhava o autocarro no regresso a casa, e sorria por dentro e por fora, pensando, claro, que tinha controlo sobre si própria e sobre o que sentia.

Pensava na palavra paz dita de várias maneiras e em várias línguas, e noutras como viajar, sorrir, mar, vento, simples, todas elas soletradas pelas pedras da calçada para entretê-la durante a caminhada.

Quando chegou a casa, determinada em apagar aquele contacto do messenger, ligou o computador e leu "constroe tu stencillo!" - o seu braço paralisou. Lembrou-se de uma palavra dita pela pedra da calçada "sencillo" e também de como tinha vindo até casa a pensar que chegara a Primavera e com ela a hora de simplificar.

Por isso não apagou o contacto, antes pelo contrário, passou o serão a imaginar a melhor abordagem. E foi mesmo isso que lhe disse

Estava a pensar na melhor maneira de te dizer isto

apostada em causar uma boa segunda impressão.

Estórias

Estava perfeitamente combinado então, às 16 horas na porta do Monumental, sessenta euros na mão, na mão do anónimo dois bilhetes que garantiriam uma noite extremamente emocional na Aula Magna. Na cabeça, ideias dispersas que se centravam numa abordagem divertida mas também compenetrada, sobretudo empenho em esconder a timidez e o receio de desconhecidos. A alma, no sério compromisso de baralhar o corpo (como já é seu costume), sugeria ainda um convite para tomar café, caso o moço fosse simpático.

Aproximou-se da porta a medo, não conhecia o rapaz, ele também não a conhecia, não havia rosas na mão (que chamariam a atenção) mas sim dois bilhetes iguais a tantos outros papéis azulados com letras impressas a preto. De repente, reparou: só podia ser ele, que também olhava em redor, uma t-shirt verde que em tudo fazia sobressair o mesmo tom nos olhos. E houve qualquer coisa que a desarmou, deitando no saneamento básico lisboeta toda e qualquer hipótese de parecer uma pessoa normal. Palavras ditas para dentro como que engolidas cada vez que tentavam sair, quando o que mais apetecia era dizer qualquer coisa extremamente inoportuna como "ninguém me avisou que eras tão giro". E a falta de à-vontade que aquela surpresa causara fez com que o encontro demorasse 46 segundos, nem mais nem menos.

E por isso, não querendo ele confirmar o valor monetário em jogo, assim viraram costas e foi cada um à sua vida para sempre.

Para sempre?

Ponto da situação (após um mês de ausência)

Através do vidro que ilusoriamente me separa de uma realidade tamtas vezes amarga, sinto-me aparentemente bem. O Verão chegou e com ele a preocupação dos exames, que quer se queira quer não, acabam sempre por reduzir um ano de trabalho a umas semanas de estudo. Preferia ter o sol na cara e franzir todas as rugas para me proteger, claro, mas se calhar é por fazer isso apenas quando este stress passar que faz com que o sol saiba tão bem.

De qualquer maneira tenho novidades. Um miúdo, por enquanto chamado André (e eu faço figas para que assim se mantenha), que vive neste momento dentro da barriga da minha mãe, com a mais que ternurenta idade de 26 semanas de gestação. Nada descreve a sensação de se ter 21 anos e estar-se à espera de um irmão, pelo menos no meu caso fui inundada de uma enorme alegria e estou mais participativa (na medida do possível dadas as devidas distâncias que me separam da família) que nunca na gravidez.