2.6.07

A antítese mora aqui

Disse-me o Pedro que eu costumo reparar em homens que têm ar de quem está sempre pronto a viajar de mochila às costas. Achei-lhe graça e, em retrospectiva, é verdade, são esses que me chamam à atenção. Depois falámos em narizes compridos e rectilíneos, muito italianos. Em peles brancas, que escaldam - e bronzeiam pouco - ao sol. Em lábios finos, abertos num sorriso que ocupa todo o rosto. Em famílias grandes, com histórias complexas; em casas grandes, na terra dos avós, onde se mexe na terra e se dá milho a galinhas.

És provavelmente a antítese de tudo isto; perdoa-me por confessar que só reparei em ti porque me beijaste.

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