19.1.08

A arte do sample V


A tribe called quest :: Can I kick it


Baby Huey :: Hard times

Baby Huey teve uma vida demasiado curta e, como não começou a cantar mal saíu da barriga da mãe, uma carreira ainda mais curta, com apenas um álbum para a posterioridade, de seu nome The Baby Huey Story: The Living Legend.
Senhor de grande porte, James Ramey decidiu ser conhecido pelo nome de um pato gordo de um desenho animado que fazia as delícias das crianças. A voz é como aqui se ouve, melosa, rouca, extremamente sensual e quente.
Algures na década de '60, e porque felizmente estas vozes raramente ficam pelo canto durante o banho, juntou-se a outros músicos e formaram o conjunto Baby Huey and the Babysitters, que, após muitas e muitas actuações ao vivo, chamou à atenção da Curtom Records.
Ora, reza a história que os Babysitters não encantaram o patrão da Curtom, Curtis Mayfield (estou a tentar não entrar em histeria, para isto não se tornar um post sobre o Curtis Mayfield), e que, por isso, o disco, produzido pelo GIGANTE CURTIS, só ficou com o nome dele, apesar da participação do resto da banda.
Em 1970, Baby Huey, na altura com 26 anos, teve um enfarte do miocárdio (por acaso, tema de estudo este fim de semana e de trabalho a apresentar na sexta-feira, que coincidência) ao qual não sobreviveu.

Resta-nos o disco, assumidamente influência no hip-hop, e que foi só editado postumamente. Como se espera, é protagonizado pela voz de Baby Huey, mas Curtis - mesmo não gostando dos Babysitters - não deixou as orquestrações para trás, tornando-as dignas de um disco seu (ahahah) e é um encadear de emoções de um espectro enorme desde o blues ao funk, passando pelas baladas soul como esta que se mostra aqui, com ritmo para qualquer dia da nossa vida (desde a pista de dança ao amor com o(a) namorado(a), desde arrumar à casa a ir fazer exercício ou um trabalho para a faculdade).



The Baby Huey Story: The Living Legend é também, claro, obrigatório.

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