25.10.08

Querido Pai Natal:

Fui uma menina muito bem comportada e queria esta roupa toda.





Moschino, Spring Summer 2009

Prometo que te deixo bolachinhas e leite ao pé da árvore.

Um grande beijinho e obrigada!
Joana

P.S. Eu nunca tinha gostado tanto de uma colecção como desta, Pai Natal, é que nem o Philip Lim tem este efeito em mim! Vá láaaaaa!

P.P.S. Acho que só não gosto das calças de harlequin logo ao início, a sério. Vá lá vá lá vá lá!

Bloco de Hemato.

É o meu sangue que te procura, que te sente a falta. É ele que se escapa pela incisão no peito que desferiste sem piedade, há tanto tempo que não me chegam os dedos ou calendários para o contar. Eu anémica, alva, toilette composta de fio de sangue que já fora mais vivo, hoje violeta, sem ar.

Não sei se és tu que me manténs assim, em ferida aberta sangrante à tua espera, ainda rasto de seiva rubra em riacho de desejo, se sou eu que não me deixo cicatrizar, recompôr a integridade da pele e do coração e das coronárias, finalmente sangue estanque feito coágulo cansado do talante.

À excepção do MySpace:

Detesto sites que dêem música automaticamente. Sobretudo quando o player incorporado - gosto desta expressão, player incorporado - não está numa localização instintiva (um cantinho da página, discreto) ou está transparente e é preciso andar com o cursor sobre o site (habitualmente em flash) até aparecer. Ou, no pior pesadelo de todo o sempre, não haver maneira de parar a cançoneta, não se encontrar um pause ou um mute que seja em lado algum.

A única solução é fugir rapidamente e não visitar a página. A isto é que eu chamo bom marketing, realmente.

24.10.08

It gets lonely here, it really does.

O Zero também é um número par.

(A Álgebra é pós-moderna, pró-irónica.)

22.10.08

It gets lonely here.

600 posts. Achei que deviam saber.

(601 agora)

esqueci-me que tinha de avisar

o post anterior não é para ser levado à letra. um exemplo:

cena bons amigos, take 1000

amigo:
li o teu blog. estás bem?

me:
man. a sério. é a minha imaginação a funcionar, mais que outra coisa qualquer.

amigo:

aquilo tem sempre um bocado de ti, que eu sei.
e fico preocupado.

me:
eu sei e obrigada. mas juro que é um vestígio de mim, coisita de nada.

amigo:
tipo o quê? 30% teu, 70% fantasioso?

me:
eu diria menos meu.

amigo:
ok.

me:
confabulação.
vai-se a ver e foi o melhor dia de sempre desde sempre para sempre.
não tinha piada para mim escrever um diário.

amigo:
tu lá sabes

me:
sim, se algum dia pensar no suicídio ligo-te primeiro.

Desalinhamentos de planetas.

Eu tenho para mim que há quem passe por aqui e leve demasiado a peito aquilo que escrevo. São só palavras, a sério que são.

A culpa também é minha, sou uma incomodada: estranho o silêncio tanto quanto o barulho. Deixei de aceitar a normalidade (talvez porque, da falta de hábito, já não a reconheça).

Depois consulto o horóscopo da Elle, o único que acerta sempre apesar de eu não acreditar nessas coisas, visto que desisti de pensar em justificações plausíveis (não há nada que justifique nada disto, honestamente), então para nutrir o espírito acredito que nos surgiu a todos algo em que nunca pensáramos e que nos agrada em todos os sentidos ou que o fluir dos acontecimentos está a nosso favor, embora sempre nos tenhamos sentado no banco de trás, sem dar nas vistas.

(É que eu queria perceber, mas agora não tenho tempo.)

Nao há lógica possível em nada que me circunscreva ou me circunde. Aqui e acolá, a própria astrologia parece-me uma ciência exacta.

Bem mais exacta do que o amor, parece-me evidente.

Não é uma mulher de meio-termo: ou ama ou odeia. Detesta sentimentos mornos.

11.10.08

MARGARIDA REBELO PINTO!

Devolve-me já a minha pass.

10.10.08

Mente.

Kotama Boubane

Porque as palavras são como o gelo, derretem e desaparecem. Efémeras, interessa saber o seu efeito quando proferidas, uma por uma, alinhadas como tiros de morteiro.

(Se me disseres a verdade, só vou reter nos sonhos a que gosto de chamar memória as palavras que não me magoam. Vou jurar a pés juntos

Mas foi o que tu disseste!

porque eu faço das minhas vontades ocorrências. Não é negação.)

6.10.08

Despenso-te.

Sou uma velha carapaça que escreve madrugada a fora, quando até a noite dorme refugiada no seu próprio sossego. Trevas para mim são trevas, são horas de lidar com incongruências, com espíritos, com comicotragédias mal resolvidas.

Como um terrorista experiente, tento esquecer-te usando os truques já usados - a colocação estratégica de explosivos nos pontos vitais da estrutura do edifício. A sustentação está, por si, frágil, se pensarmos que são as coisas que nos unem (um rol de coisas, que não me canso de enumerar para mim mesma) versus as que nos separam (um mar de distância, até literalmente) que a aguentam. Tento minar-nos por dentro, desprovendo-nos de finalidade, de sentido.

(O Mexia também teve o telemóvel avariado. Ficou sem mensagens. Já o problema do meu é articular, quando voltar, terá todas as mensagens alinhadas, azar o meu.)

Eu tento esquecer-te até pensar em ti. Depois apercebo-me, espera, estou a pensar em ti de novo, deixa-me despensar, e despenso - porque não pensar em ti é diferente de esquecer-te, então inventei uma palavra nova.

Tal como demorou eternidades para gostar de ti, agora custa-me horrores a deixar-te. Now isn't it funny. Tem tudo a ver: tornei-me resistente a encantos e imunizei-me contra desencantos, nem um nem outro me afectam sobremaneira.

De maneira que, bem vistas as coisas, enganei-me redondamente quando achei que toda eu fosse dispensar-te ao despensar-te. Quis esquecer-te, quando, na verdade, acabei por ter saudades de pensar em ti.

Enfim.

Bóias de salvação

Imagino-me no dia 21 de Novembro a ligar o computador, a fazer- pela última vez - "Mark all as read" no GReader (depois de ler alguns blogs seleccionados e as cenas partilhadas pelos amigos) e a abrir, placidamente, o Fórum Sons (fui lá hoje, já não ia lá há coisa de um mês), o blogger.

Recapitular o que isto tem sido (ainda). E escrever - com mais calma do que hoje - que há música que salva a vida exactamente quando se precisa, cada uma à sua maneira.

O Meddle dos Pink Floyd, uma compilação da Janis Joplin, o Chet Baker, Inspiração e Ilha Azul do Bau, Department of Eagles, The Octopus Project, Buraka SS, Flying Lotus. E tanta, tanta coisa de que já fui falando por aqui.

O meu irmão olhou para os meus discos e disse "Di'co!". Prevejo-lhe um grande futuro.

Sex on fire.

Estou só de passagem para deixar registado que gosto muito, mesmo muito, do single novo dos Kings of Leon. O álbum tem coisas boas, assim-assim e más. Este single esfomeado, turn-on feito rock glamoroso, não está em mais faixa nenhuma.

Entendam isso como quiserem.