O meu pai responde sempre o mesmo. Hesita muito - os olhos quase se lhe marejaram de lágrimas quando soube da reunião esgotadíssima dos Led Zeppelin em Londres, foi de propósito a essa mesma cidade há mais de vinte anos ver os Pink Floyd e, com o mesmo propósito, a Lisboa quase dez anos depois, e sabe, das duas bandas, diversos discos de cor e salteado - mas acaba por responder sempre o mesmo.
"Beatles.", assim sem o The, como quem chama o canalizador pelo sobrenome sem lhe juntar o epíteto mestre.
Uma vez, perante o meu espanto (na primeira vez que lhe fiz esta pergunta, num dia em que comprei vários discos de Radiohead e queria acabar aquela conversa com um categórico - e gramaticalmente confuso - "A minha banda preferida são os Radiohead."), ele acrescentou:
"São a banda mais completa que alguma vez existiu, lembra-te que era a década de 60. Souberam fazer de tudo, chegar a imensa gente, inspirar-se em tudo o que conheceram. Uma vez que os queiras realmente conhecer - aos álbuns, não àquelas canções que toda a gente trauteia, ficas de tal maneira pendurada naquilo que não queres outra coisa. E mesmo aquelas canções, pop, acessíveis, são do melhor que já foi feito na História. Muito do que conheces não existia se não fosse por eles."
O discurso pode não ter sido ipsis verbis este, eu sou uma exagerada. Mas acho que chegou a hora de perceber porque é que o meu pai responde sempre o mesmo. Hoje estive a ouvir o Abbey Road, o primeiro que me calhou às mãos, quando fui ao B da tal estante. E depois peguei no Revolver.
Estou assombrada. A s s o m b r a d a. Não tenho grandes palavras senão expressar a minha gigantesca ignorância por nunca os ter ouvido como agora.
Love you to* :: The Beatles :: Revolver
Each day just goes so fast,
I turn around, it's past,
You don't get time to hang a sign on me.
Love me while you can,
Before I'm a dead old man.
A life-time is so short,
A new one can't be bought,
But what you've got means such a lot to me.
Make love all day long,
Make love singing songs.
Make love all day long,
Make love singing songs.
There's people standing round,
Who'll screw you in the ground,
They'll fill you in with their sins,
You'll see.
I'll make love to you,
If you want me to.
*Um exemplozito de genialidade. Que nunca ninguém, nem no 3º milénio nem nunca, os esqueça.
"Beatles.", assim sem o The, como quem chama o canalizador pelo sobrenome sem lhe juntar o epíteto mestre.
Uma vez, perante o meu espanto (na primeira vez que lhe fiz esta pergunta, num dia em que comprei vários discos de Radiohead e queria acabar aquela conversa com um categórico - e gramaticalmente confuso - "A minha banda preferida são os Radiohead."), ele acrescentou:
"São a banda mais completa que alguma vez existiu, lembra-te que era a década de 60. Souberam fazer de tudo, chegar a imensa gente, inspirar-se em tudo o que conheceram. Uma vez que os queiras realmente conhecer - aos álbuns, não àquelas canções que toda a gente trauteia, ficas de tal maneira pendurada naquilo que não queres outra coisa. E mesmo aquelas canções, pop, acessíveis, são do melhor que já foi feito na História. Muito do que conheces não existia se não fosse por eles."
O discurso pode não ter sido ipsis verbis este, eu sou uma exagerada. Mas acho que chegou a hora de perceber porque é que o meu pai responde sempre o mesmo. Hoje estive a ouvir o Abbey Road, o primeiro que me calhou às mãos, quando fui ao B da tal estante. E depois peguei no Revolver.
Estou assombrada. A s s o m b r a d a. Não tenho grandes palavras senão expressar a minha gigantesca ignorância por nunca os ter ouvido como agora.
Love you to* :: The Beatles :: Revolver
Each day just goes so fast,
I turn around, it's past,
You don't get time to hang a sign on me.
Love me while you can,
Before I'm a dead old man.
A life-time is so short,
A new one can't be bought,
But what you've got means such a lot to me.
Make love all day long,
Make love singing songs.
Make love all day long,
Make love singing songs.
There's people standing round,
Who'll screw you in the ground,
They'll fill you in with their sins,
You'll see.
I'll make love to you,
If you want me to.
*Um exemplozito de genialidade. Que nunca ninguém, nem no 3º milénio nem nunca, os esqueça.
2 comments:
ainda no passado fim-de-semana estive a ouvir o abbey road. discaço! o meu preferido deles, sem dúvida. gostava de arranjar em vinil, pois no vinil a última faixa nunca acaba, fica em loop infinito. coisa que só se consegue no vinil. o cd também peca por não se conseguir fazer isso.
quando surgiu os documentários dos beatles nos anos 90 tornei-me fãnzaço. ainda tenho isso em vhs. e na faculdade era conhecido entre muitas coisas por maluquinho dos beatles. mas eram outros tempos.
*este meu comentário está confuso, uma merda autêntica, mas a esta hora e a horas de ir de férias nem quero saber :>
p.s.: paga-me um uisque aí :>
:) Claro que pago! Tenho coisas para contar. Já fiz "aquela" investigação, (com frutos claro). Não vais ao Porto Santo? *
O teu comentário confuso, e o meu parece uma sms. Boas Férias!
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