7.3.10

Domingos #623

Daquilo que me lembro esta sempre foi uma das minhas alturas preferidas do ano, independentemente da cidade onde morava, embora só tenha morado em duas: Funchal e Lisboa, e esteja doida para acrescentar mais umas ao currículo. Porto não, que sempre me assustou, talvez por lá ter ido uma mão-cheia de vezes sem alguma vez ter conseguido compreender a sua geografia. Mas seja onde for, gostava. Destas tardes curtas de Primavera, com o vento frio a partir das 5 da tarde que se aguenta bem se se estiver ao sol, sempre gostei. No Funchal sempre quis dizer trazer a mesa para a rua e almoçar em família à sombra com o sol a rasar as mesas. Em Lisboa queria dizer sair de casa mesmo que houvesse um rol de coisas por fazer para preparar a semana. Em Lisboa há alguns bons lugares onde apanhar sol, uns miradouros a 20 minutos de caminhada de casa - recordo-vos, ao sol, logo aí a render desde início, e uma varanda acima dos jacarandás na fronteira entre Picoas-Estefânia-Saldanha e mais uns quantos sítios onde se paga bem a vista e a vitamina D. Com o carro ia até ao Parque Eduardo Sétimo, ou rumava ao rés-vés rio como qualquer lisboeta que eu não era - chegava a estar trânsito para ir até Belém, em romaria. Não sei onde queria chegar com isto, tenho 3 aftas na boca, não consigo falar e comer também está muito difícil. Há um minuto atrás estava o Tony Carreira no Telejornal da RTP, agora está a dar o programa das celebridades e todos aqueles identificados como "modelos" de profissão são feios como as portas, por outro lado os "humoristas" que aqui estão nunca me fizeram rir. Tenho ideia que já me ri mais com o Malato do que com o tipo que imita o Cristiano Ronaldo sem alguma vez ter tido qualquer outra boa ideia na vida e que fez disso uma carreira. Não sei se este facto é mais revelador sobre mim ("rir com o Malato") ou sobre o tipo "humorista". Não sei mesmo onde quero chegar com isto mas se fico aqui não tarda estou a discorrer sobre o sistema digestivo dos lepidópteros. Portanto isto assim acaba, não é um fim bom ou digno mas é o fim possível. Um beijinho e até breve.

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