27.9.06

Liars a frio

Antes de mais nada, o Angus baba-se. E visto que dança e se abana, há quase como uma celebração de champagne mas em versão baba para cima do público. Não me molhou, no entanto, pois fiquei longe do palco para não atrapalhar ninguém quando fosse buscar a imperial habitual do meio do concerto.

Depois, não vi Deerhunter, ou melhor, só ouvi a última música, por isso estava ainda pouco aquecida para o que vinha depois. Mas o que ouvi pareceu-me bem, tive pena do atraso, mas jogou o Benfica, houve greve de metro, enfim a cidade estava imposssível.

Assim sendo, é válido afirmar que para mim o início do concerto foi morninho, num quase "é só isto?". Mas os Liars valem pelo que são, ou pelo último disco digo eu, que não gosto tanto do segundo (não falo do primeiro porque não ouvi) e quando o coração, à segunda/terceira música, começa a bater ao ritmo dos

DRUMS

e o Angus - atente-se à precisão científica deste post: não ouvi o primeiro disco, não sei o sobrenome do moço, nem procurei porque não quero saber, fixe não é?- começa a dar o seu espectáculo, às vezes quase independente dos outros dois índios que maltratam as baterias até mais não poderem, outras vezes numa relação de simbiose do mais puro que existe, eis quando um concerto de Liars começa a valer a pena. E valeu, ó se valeu.

Claro que a minha opinião vale o que vale. Ignorem este post, até. Mas a noite tinha um momento marcado, a Visit from drums, que é qualquer coisa de sobrenatural. E esse momento não defraudou, aliás lançou a tónica para que o resto do concerto fosse cada vez melhor. Superaram-se a si próprios talvez. (estou croma disto, repare-se na expressão "lançou a tónica")

Ultimamente sempre que vou a um concerto penso "isto foi histórico", "é a música do futuro", blá blá blá. (É a isto a que chegou o meu nível de cromice.)Não posso dar certezas, mas apercebi-me que, baba à parte (e vestido vermelho aos folhos, pois claro), o futuro é risonho para a música. Ou baba incluída.

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