Escrever com as palavras dos outros, juntar letras para usar expressões e frases dos outros.
Escrever com as tuas palavras. Escrever - sem saber bem o quê- contigo nos meus dedos, tu preenchendo cada espaço em branco.
Tu preenchendo cada espaço vazio em mim.
Desligar a televisão porque ela não me traz notícias tuas. Fechar os jornais - ou nem os abrir. Não chegar sequer a sintonizar o rádio.
Esperar. Esperar, sempre. Depois achar que isto não é estar à espera. Voltar a esperar na expectativa que não pode correr bem.
Atitudes pró-activas que moem mas não matam.
E o tempo que não passa. E os dias que finalmente se esgotam, um atrás do outro.
Luares que se repetem, sendo cada dia novos no seu esplendor marinho. Brilhos de prata que se acusam (e como os invejo!) por te verem, por saberem onde estás na tua frieza árctica, por te espiarem, por te embalarem ao entrarem pela tua janela quando dormes.
Silêncios prescrutadores (o mar sempre ao fundo, enquanto as ondas arrastam calhaus pela praia na maré baixa) em que surges sempre tão perto como se o teu sorriso viesse calar o vento ou os grilos, como se as tuas mãos fossem agarrar as minhas num abraço apertado (e a tonta da lua que tudo testemunha), como se cada conversa tivesse a sorte de ter-te como seu interveniente.
Não saber o que dizer de forma a acabar este post, sabendo, bom, tendo a certeza, que a melhor forma de acabar este Verão seria ter-te aqui.
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