16.8.05

Praia II

Protegida por uma falésia de xisto e aconchegada por uma enseada, dormia a praia. De areia fina e muito amarela, interrompida por rochas baixas onde se quebravam as ondas, era quase inatingível.
Para invadir o seu leito abandonado, usava-se todo o corpo na tentativa firme de chegar, no perigo de um mergulho arriscado para o calhau ou para o mar bravio, mas a paz que invade quem consegue compensa a vertigem da descida. Sem piqueniques nem famílias demasiadamente grandes, apenas se exige que se feche os olhos e se oiça.

O mar.

O vento.

E se sinta.

A areia.

O vento.

O calor do Sol.

Porque naquela praia não há sombra nem faz frio. Nem há vestígios de ti.

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