1.2.06

Sabes que é para ti

Um dia vais reconhecer que tudo isto foi um grande erro e que esta distância que nos impões é um dispêndio da economia humana. Posso parecer muito forte por fora, mas por dentro fico de rastos cada vez que me atiras com aqueles teus olhares frios de quem-não-quer-saber-e-na-verdade-está-se-mesmo-nas-tintas.
Dói pensar que isto foi para ti a gota d'água quando nem deveria ter significado nada para uma amizade que é tão jovem como é honesta.
Pensei que me conhecesses melhor, e eu a mim também, mas quero falar sobre ti hoje, quero-te dizer que tu mereces mais do que aquilo que te fiz, tens razão nisso, mas não tens razão quando não me perdoas nem és sincera comigo o suficiente para me dizeres que ficaste magoada e que provavelmente nos próximos tempos vais querer distância de mim.
Fico preocupada contigo, sabes quem és, se não sabes eu digo-te, és a minha melhor amiga, és mais do que isso até, és a irmã mais velha que nunca tive, és a primeira pessoa na minha cabeça de manhã e a última antes de me deitar.
Podia estar aqui a recordar o início atribulado e repentino da nossa amizade, cada peripécia em que nos envolvemos, todas as vezes que precisei de ti e tu estavas disponível ou em que me ligavas e mentias "está tudo bem, mas não queres vir aqui?" e o meu coração ficava pequenino porque sabia que estava qualquer coisa mal, cada gargalhada feliz que demos, cada lágrima que chorámos juntas, as mensagens e telefonemas tardios, as surpresas, as rotinas, as obrigações, os pequenos prazeres.

Sabes que gosto muito de ti e que não sou burra nenhuma, já percebi que precisas de espaço e de tempo. Mas enquanto isso faz-me um favor, não te esqueças de mim, querida.

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