8.7.06

Adormecer

Estou cansada e é aqui que escolhi dormir.

O meu corpo repousado sobre um manto fofo de musgo, o cabelo estendendo-se junto aos malmequeres amarelos, as mãos e os pés intimamente acariciando a terra.

Mais importante, a alma, vazia de emoções, finalmente existe com esse único propósito: o de existir. Deixar passar o tempo sem tentar acelerá-lo, desfrutar unicamente da companhia do silêncio.

Aos poucos, um formigueiro percorre suavemente os membros, que perdem a tensão desviando-se do centro. O corpo adormece.

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