9.2.07

Dizer coisa com coisa

Não sei se me pretendes cansar, mas aviso-te já que quem corre por gosto não cansa. Tenho exame amanhã e quando te foste embora, disseste-me que voltavas. Disseste "volto já". Já acabei de estudar e por isso deixei-me pensar em ti. Não voltaste e eu fiquei à tua espera à noite toda. Que exagero, não foi a noite toda. Eu até sei que te deitas cedo.

Não sei muito mais sobre ti, de qualquer maneira. Onde foste hoje? Também não sei se quero saber. Parece que quando finalmente eu decido dar-me realmente a conhecer a uma pessoa e a seta também percorre o trajecto contrário e alguém dá-se-me a conhecer - não faço ideia se este português está correcto, "dá-se-me"? - dá sempre asneira. Há sempre uma desilusão qualquer à espreita.

É um raio de uma regra que nem tem excepção para confirmá-la. É mesmo assim, pronto.

Tenho medo que te desapontes comigo por alguma razão. Acho que pensas que tenho a maior auto-estima do mundo e que sou a rapariga mais confiante de sempre, mas não. Não sei onde falho mas acho que falho sempre algures e acabo por afastar as pessoas. Os rapazes. Ou homens. Consideras-te um homem? Tens cara de puto, mas tens uma serenidade que não se adequa nada ao teu sorriso malandro. Como se fosses adulto por dentro e miúdo por fora.

Estou cansada. Estou a ouvir Phoenix. Agora lembro-me de ti quando oiço este álbum. Antes não (até me lembrava de outra pessoa) mas agora és sempre tu.

Aliás ultimamente tens sido sempre tu, mesmo quando não estou a ouvir Phoenix. E tenho um bocado de medo disso.

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