[Prólogo: Não sou nenhuma croma da world - já vos disse que não sou nenhuma croma de nada? - mas é nas canções que vêm da alma que me movimento bem, em termos de música. Pois na world há muitas canções que vêm da alma de quem as faz e do povo que as fez nascer e que mexem com a alma de quem as ouve. É por aí que devem ler os apontamentos sobre os concertos do FMM que conto ir postando por aqui durantes estes dias de ressaca pós-Sines.]
Marcel Kanche faz canções românticas e é francês, por isso se calhar poder-se-ia catalogar a música que faz como chanson française. Só quando ouvi a cover do Leonard Cohen durante o concerto no Centro de Artes é que percebi o que é que ele era na verdade: um Cohen francês, com as mesmas angústias nas letras, na voz, no passo dolente da banda que o acompanha.
As gémeas Gómez são as Ttukunak. Atraentes e amorosas, tocam um instrumento basco que só pode ser tocado por duas pessoas em simultâneo: a txalaparta, uma espécie de xilofone em ponto gigante, em pedra, ferro e madeira, tocado por baquetas também em madeira que mais parecem pilões de almofariz. Não há segredos ali, as combinações instrumentais são feitas em improviso e em comunhão uma gémea com a outra e a comunicação faz-se por olhares e pelo ritmo que uma à outra e o público às duas vai impondo.
Continua.
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