19.1.07

Scoop

Pela primeira vez, saí do cinema desconsolada depois de ver um filme do Woody Allen. Eu que até agora tinha gostado de todos os filmes dele, mesmo aqueles apelidados de "lixo cinematográfico".

A história merecia mais, o Hugh Jackman merecia mais, a Scarlett Johansson talvez não mereça tanto.

Mas vão ver, em termos de gargalhadas descomprometidas, o filme é um sucesso - e é do Woody Allen, só não é uma obra-prima. Falta-lhe um twist qualquer no enredo. Falta sarcasmo aos acontecimentos. Falta aquele humor negro, que o Match Point teve (o anel que podia cair no rio ou no chão, tal como a bola num jogo de ténis.) Não há ali nada disso. Há até uma história bem clara, demasiado clara, arriscaria mesmo a usar o termo previsível.



Sempre são duas horinhas bem passadas no cinema - e na companhia dele.



Peço-vos que reparem na cana do nariz deste senhor. Rectilínea, afilada, ligiramente inclinada para baixo (cada uma gosta do que gosta, a mim são narizes, que hei-de fazer?). O nariz mais perfeito que tive oportunidade de observar. A cara, magra, que se desdobra em rugas expressivas quando sorri, a testa grande, imediatamente cima de uns olhos sinceramente castanhos e vivaços. E é o Hugh Jackman que faz com que a melhor cena do filme seja exactamente a melhor cena do filme - para não falar do efeito de pólos, ainda por cima verdes, no meu coração fraquito:

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